segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Crise das Oligarquías

Os últimos anos do governo de Washington Luís, paulista e cafeicultor, foram marcados por uma acirrada disputa eleitoral. Depois de muitos anos as eleições ganharam um contorno de verdadeira disputa. A violenta crise econômica levou Washington Luís a apoiar a candidatura do também paulista e cafeicultor, então governador de São Paulo, Júlio Prestes. Estava rompido o acordo do café-com-leite. O governador de Minas Gerais Antônio Carlos de Andrada, que já tinha como certa sua indicação e falava como futuro presidente, ficou a ver navios. O rompimento do acordo do café-com-leite levou a oligarquia mineira a apoiar uma candidatura de oposição. Formou-se a Aliança Liberal : as elites mineiras, gaúchas e paraibanas se uniram em torno da chapa encabeçada por Getúlio Dorneles Vargas, tendo como vice João Pessoa. Esta coligação política apesar de oligárquica, passou a simbolizar toda uma vontade nacional de romper com o monopólio político do café, obtendo apoio de amplos e variados setores políticos. As oligarquias dissidentes e as Forças Armadas identificadas com o Tenentismo, foram os maiores aliados. Na campanha pré-eleitoral, Getúlio Vargas demonstrou também um sólido apoio popular. Comícios gigantescos tomaram as principais cidades do país. Apesar das pesquisas demonstrarem a virtual vitória de Getúlio, as eleições, violentamente fraudadas, deram o resultado do pleito favorável a Júlio Prestes. A vitória de Júlio Prestes causou um profundo descontentamento político no país e as tensões se avolumaram. As forças populares começaram a dar demonstrações de que não mais aceitariam em silêncio as falcatruas governamentais. As forças oligárquicas e burguesas inquietavam-se com as agitações populares e buscavam controlar o processo político para que não caminhasse para uma radicalização em que as elites perdessem o controle do poder. O assassinato de João Pessoa, candidato a vice pela Aliança Liberal, precipitou o confronto. Apesar de ter sido assassinado por questões políticas epecíficas de seu estado natal, a Paraíba, em âmbito nacional tal acontecimento foi usado como pretexto para o movimento de derrubada de Washington Luís e impedimento da posse de Júlio Prestes. Eclodia a "Revolução" de 1930.
Icaro, Deivson e Glauco

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